Regentes da vida

Desde o início dos tempos, o Mundo é algo inconstante, composto por mudanças, desde climáticas até geográficas. Observando as pessoas que habitam esse mundo, notamos que seguem a mesma tendência, aliás, mudam muito mais que o próprio mundo. A sorridente criança, de pele lisinha, hoje tem uma feição rústica, aquela jovem mocinha que brincava com seu estojinho de maquiagem, hoje se atenta a cada detalhe de seu belo e longo vestido branco, pois a ocasião não deixa por menos, e aquele cabeludo? Faz tempo que não o vemos. Agora ele exibe com maior orgulho a sua ilustre careca conquistada pelos fervorosos anos de vida.
Quando falamos em mudanças não devemos mencionar apenas as que são visíveis. Mudanças comportamentais ocorrem com tanta freqüência que nem damos atenção, o carrinho de plástico e a boneca de pano de ontem, estão jogados no fundo do baú, dando lugar as baladas e namoros de hoje.
Ta, mas qual o motivo dessas mudanças? O que as define? São realmente necessárias? Ou melhor, quem é responsável por isso? Devemos relacionar o Tempo a essas reviravoltas. A criança que cresce, a menina que vira mulher e o jovem rapaz que tem uma história de vida para cada fio de cabelo que perdeu, são vítimas do tempo.
Tempo, então o que falar desse? Nosso grande aliado, que nos fez hoje ter grandes lições para ensinar aos nossos filhos e netos? Ou Tempo, o maldito vilão que rouba cada segundo que nos resta? Simplesmente Tempo, que nos faz mudar, crescer, amadurecer e envelhecer. Em cada uma dessas fases teve diferentes participações, na criança que queria logo ser gente grande, no adulto que sonhava em voltar atrás e no velho que deseja poder ali parar.
Tempo, regente de tudo o que acontece e de tudo que muda. O bicho de sete cabeças, complexo, cheio de interrogações e exclamações. Incógnita. Algo que ninguém jamais poderá vencer.